sexta-feira, 7 de novembro de 2008

• ateliê

Caindo leve flui o céu num horizonte rosicler
O crepúsculo desencarna o dia entre
sussurros de carnes
e goles de penumbra
Despontam luminosidades mentirosas
Afluem para subterrâneos abertos fogos expostos
Ruas rios corredores de lavas dispostos
a sucumbir tudo em cinzas.

Flamejam neons trêmulos pelas avenidas atrevidas
Cilindros luminosos comandam o tráfego
O ego chupa o eco o tráfico engole os esquecidos
A ilusão inspirada
O delírio lançado veia adentro
Desesperados tentam abraçar o mundo
Nas estantes dos supermercados os rostos das crianças desaparecidas
Os becos escuros sopram narcóticas variantes
Meninos vadios vazios de esperanças enfeitam praças e jardins.

O tempo sempre começa e termina dentro
da Eternidade
da infinita Eternidade de si mesmo.

Luzes dançam nos vacilos da consciência
O futuro absorve manso encéfalos diluídos no godé
enquanto a criança se veste de azul
implorando um pedaço de vida.
Sobre a mesa um copo de vinho assiste o olvido
Desacordado o rapaz captura visões fantásticas
Pela janela sem grades quadrado ele vê um céu
No qual pessoas voam afogadas num escarcéu
logo após o pincel do Artista sangrar o toque final.

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